ECM: 50 anos de música requintada

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Na noite deste sábado (2/11), no Rose Theater do Jazz at Lincoln Center, em Columbus Circle, no coração de Nova York, celebram-se os 50 anos da fundação do selo ECM (Edition of Contemporary Music). O fundador e cidadão do mundo Manfred Eicher, 76 anos, continua a dirigir a prestigiosa etiqueta de “música contemporânea” de sua base, em Munique, mas é habitué dos mais sofisticados estúdios e salas de concerto da Europa e dos Estados Unidos.

Neste meio século de atividades, a ECM gravou mais de 1.600 álbuns. E, como anotei anteriormente nesta coluna, mantém um padrão excepcional, em matéria de exigência e refinamento, como aquele que se lê, obrigatoriamente, nos rótulos dos grandes vinhos alemães: “Qualitätswein mit Prädikat” (vinho de predicado ainda superior ao “vinho de qualidade”).

O acervo da ECM inclui – digamos assim – jazz propriamente dito, como os melhores registros de Keith Jarrett, Charles Lloyd, Chick Corea, Carla Bley, Pat Metheny e Paul Motian. E também “música erudita” de compositores como o “minimalista” Steve Reich, Arvo Pärt, Meredith Monk e Giorgy Kurtág. O motto da etiqueta de Eicher é ‘‘The Most Beautiful Sound Next to Silence’’.

O primeiro registro fonográfico da ECM foi feito em 2 de novembro de 1969: o LP Free at Last do trio de Mal Waldron (1925-2002), pianista muito original, e que foi parceiro do requintado saxofonista soprano Steve Lacy (1934-2004).

No anúncio do concerto festivo deste fim de semana no JALC lê-se: “Os artistas que se apresentam no ECM Records at 50 são algumas das figuras mais respeitadas e ambiciosas na música contemporânea e criativa, e a associação íntima deles com a prestigiosa gravadora não é coincidência”. Dentre esses músicos, estarão hoje no palco do Rose Theater: o baterista Jack DeJohnette (“o mais gravado artista da ECM”), Ravi Coltrane, Avishai Cohen, Bill Frisell, Matthew Garrison, Egberto Gismonti, Larry Grénadier, Vijay Iyer, Ethan Iverson, Anja Lechner, Meredith Monk, Enrico Rava, Wadada Leo Smith, Craig Taborn e Mark Turner.

Na matéria de capa da revista Downbeat deste mês de novembro, Josef Woodward sublinha que ‘‘a acústica e o processo de gravação têm sido sempre as preocupações centrais’’ de Manfred Eicher. E acrescenta: ‘‘A estética de Eicher inclui uma paisagem sônica de pureza, o uso judicioso do silêncio e uma insistência em gravar ‘ao vivo’, evitando takes excessivos, overdubbing ou outros truques de produção’’.

Do lote de álbuns de jazz novos lançados pela ECM neste ano do cinquentenário foram selecionados e comentados nesta coluna os seguintes: Trio Tapestry, do trio do saxofonista Joe Lovano com a pianista Marilyn Crispell (19/1); Imaginary Friends, do quinteto liderado pelo trompetista Ralph Alessi e pelo saxofonista Ravi Coltrane (9/2); Epistrophy, com o duo Bill Frisell (guitarra) -Thomas Morgan (baixo), gravado ao vivo no Village Vanguard (20/4); La Misteriosa Musica della Regina Loana, em duo com o clarinetista Gianluigi Trovesi e o acordeonista Gianni Coscia (29/6); Roma, registro do quinteto Enrico Rava (trompete)-Joe Lovano (sax tenor) feito ao vivo, em novembro do ano passado, no Auditorium Parco della Musica, na capital italiana.

(Samples do álbum Roma em: https://www.prostudiomasters.com/featured/genre/jazz/new#quickview/album/40963)

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